segunda-feira, 12 de março de 2018

Carta aberta à comunidade escolar

As trabalhadoras e trabalhadores pró-greve da Escola Estadual Dom Velloso vêm comunicar e apresentar à comunidade escolar os motivos pelos quais nossa categoria aprovou greve a partir de 8 de março deste ano, em assembleia estadual representada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).
Temos clareza de que a greve é um transtorno na vida de todos/as, pais e estudantes, inclusive para os/as trabalhadores/as da educação que depois terão que repor os dias paralisados enquanto seus familiares e não grevistas vão usufruir das Férias, da Família e das Conquistas que da greve resultaram. Apesar dos transtornos, a greve é nosso instrumento mais eficiente e constitucional, é a voz daqueles/as que não são ouvidos e não conseguem assistir à morte diária da Educação Pública e nada fazerem.
Em 2015, passados sete anos de lutas pelo pagamento do Piso Salarial (pagamento mínimo estabelecido por lei), depois de desgastantes greves, e acumulados dois acordos descumpridos pelos governos, finalmente, a categoria conquistou uma lei estadual com a política do Piso Salarial Profissional Nacional. Essa lei garantiu os reajustes anuais do Piso e estabeleceu uma política de pagamento e incorporações de abonos para que, em julho de 2018, finalmente, o Governo de Minas pague o Piso Salarial.
Desse modo, aceitamos um processo de longo prazo, abrimos mão, naquele momento, de muitas outras questões salariais e de carreira com o objetivo de conquistar o Piso Salarial.  No entanto, contrariando a legislação estadual e o próprio acordo assinado, o governo estadual acumulou dois reajustes (2017 e 2018) sem o pagamento à categoria.
Além de tudo isso, nossa categoria está sendo também prejudicada e desvalorizada tendo em vista as decisões sobre atraso e parcelamento dos salários e do 13º, adiamento do ano escolar, suspensão das nomeações de concurso, prestação precária de serviço médico, o não repasse de verbas de manutenção das escolas, dentre outras questões. Concluímos, portanto, que a posição do governo foi a de não realizar mais negociação com a categoria, fato esse que desencadeou a mobilização de greve.
Lutamos para que amanhã exista a possibilidade de seu/sua filho/a, ou o/a filho/a dos seus/suas filhos/as, ter acesso à uma Educação Pública e de Qualidade, com profissionais bem remunerados/as, saudáveis e autorrealizados/as em suas profissões. Apesar dos desgastes, todos/as somos educadores/as e, portanto, também exemplos de lutas para os jovens de hoje. A greve também é um instrumento de formação cidadã.
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